Autarquias: Câmara de Lisboa é a mais reclamada do país
Das mais de 1.200 reclamações registadas este ano, dirigidas às autarquias do país, a Câmara Municipal de Lisboa é a que se destaca pelo maior volume recolhido. Os munícipes queixam-se de problemas relacionados com a Falta de Limpeza, Obras, Iluminação Pública, Ruído e Estacionamento. Entre as mais visadas, no ranking de autarquia de distrito, depois de Lisboa, com 73.1% das queixas, segue-se a Câmara do Porto (6.6%) e a autarquia de Braga (4.2%).
Quais são as autarquias do país que mais reclamações recebem? Quais as principais queixas dos cidadãos? Qual o nível de performance de resolução das autarquias? As questões motivaram um estudo do Portal da Queixa que identificou um total de 1.227 reclamações dirigidas às câmaras municipais, entre janeiro e agosto deste ano. Falta um ano para as eleições autárquicas.
Segundo aferiu a análise global às câmaras do país, é no sul que estão as três autarquias mais reclamadas de 2024: a Câmara Municipal de Lisboa (24.4%), a Câmara Municipal de Almada (7.1%) e a Câmara Municipal de Cascais (4.2%).
Já a análise específica às autarquias de distrito relevou que, no topo da tabela, continua a posicionar-se a Câmara Municipal de Lisboa ao recolher a esmagadora maioria das queixas (73.1%). Neste ranking distrital, seguem-se duas autarquias a norte: a Câmara Municipal do Porto com 6.6% de reclamações e a Câmara Municipal de Braga que soma 4.2% das queixas. Em quarto está a Câmara Municipal de Faro que recolhe 2.4% das ocorrências e, em quinto lugar, em ex aequo, a Câmara Municipal de Viseu e a Câmara Municipal de Setúbal, ambas com uma fatia de 2%. A destacar a Câmara Municipal de Portalegre que ainda não recebeu qualquer reclamação este ano.
Ranking das Autarquias de Distrito mais Reclamadas | Janeiro – Agosto de 2024
Autarquias |
% Volume de queixas |
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73.1% |
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6.6% |
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4.2% |
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2.4% |
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2.0% |
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2.0% |
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1.7% |
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1.2% |
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1.2% |
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1.2% |
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1.0% |
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1.0% |
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0.7% |
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0.5% |
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0.5% |
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0.5% |
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Câmara Municipal de Castelo Branco |
0.2% |
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0% |
De que reclamam os munícipes?
Entre os cinco principais motivos de reclamação dos munícipes, em 2024, estão problemas relacionados com a Falta de Limpeza (24.6%), onde são reportadas queixas sobre falta de recolha de lixo e limpeza de terrenos, tema que cresceu face a 2023.
A gerar 15.5% das reclamações dos munícipes estão as Obras, que englobam demora, danos causados, obras mal executadas e trânsito causado pela intervenção.
A motivar 9.4% das ocorrências registadas está a Iluminação Pública, onde são apontados constrangimentos pela falta ou demora nas reparações. O motivo aumentou face ao ano passado.
O Ruído ocupa uma fatia de 8.2% das queixas, com os munícipes a denunciarem altos ruídos fora do horário legal. O tema cresce 8.5%, em comparação com 2022.
Os problemas relacionados com o Estacionamento estão na origem de 5.2% das reclamações. São relatos de falta de lugar para estacionar, viaturas estacionadas em lugares indevidos ou multas aplicadas por estacionamento em lugar indevido.
Segundo detalha ainda o estudo, a falta de limpeza é o principal motivo de reclamação dos munícipes dirigido à Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas (26.5%). Seguem-se os problemas com obras (15.1%) e com a iluminação pública (10.1%). Os constrangimentos com o ruído foram invocados em 8.8% das denúncias publicadas e o estacionamento foi o tema reportado em 5.5% das queixas.
Autarquias com Melhores Índices de Satisfação
Relativamente à performance das autarquias no que se refere à resposta e resolução dos problemas reportados pelos munícipes, com os dez melhores Índices de Satisfação estão: a Câmara Municipal de Alcochete, com uma pontuação atribuída pelos consumidores de 97.4 em 100; a Câmara de Sesimbra (91.2); a Câmara de Barcelos (88.5); a Câmara de Matosinhos (83.1); a Câmara Municipal de Elvas (82); o Município de Idanha-a-Nova (81.6); a Câmara Municipal da Nazaré (79); a Câmara Municipal de Lagos (70.8); a Câmara Municipal de Loulé (70) e a Câmara Municipal de Tavira (69.8).
Realidade digital veio potenciar a intervenção cívica
Na opinião de Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, a nova realidade digital veio potenciar uma maior intervenção cívica dos munícipes na identificação de falhas, problemas e melhorias, sendo que, a capacidade de resposta e de resolução das autarquias passa a ser um forte barómetro da satisfação e da confiança dos cidadãos face ao poder local.
“O poder local tem um impacto muito direto na vida dos cidadãos, na medida em que dá resposta, na sua maioria, a necessidades imediatas do seu quotidiano. Por esse motivo, a proximidade e a celeridade na capacidade de resolução de problemas, são os principais indicadores de confiança dos munícipes, relativamente ao executivo camarário. A exigência na prestação de um serviço de qualidade e a intervenção cívica dos munícipes na identificação de falhas, problemas e melhorias, são hoje, considerados atos de cidadania nas cidades do futuro, onde o poder dos partidos políticos perde força e dá lugar à figura de um executivo governativo independente que é escrutinado publicamente, durante todo o seu mandato, em plataformas sociais como o Portal da Queixa.”, afirma Pedro Lourenço, destacando ainda que: “Esta nova realidade digital, exerce uma pressão acrescida ao trabalho desenvolvido pelos candidatos eleitos, obrigando-os a estar atentos ao índice de satisfação dos seus munícipes, sob pena de serem alvo de penalização na sua tentativa de reeleição, na sequência do aumento do poder da opinião pública.”
Sobre o Portal da Queixa by Consumers Trust:
O Portal da Queixa é uma plataforma global de comunicação entre consumidores e marcas que foi criada em junho de 2009. Hoje, posiciona-se como uma referência nacional em matéria de consumo e o maior marketplace de reputação que permite pesquisar, reclamar e comparar qualquer marca gratuitamente. O crescimento exponencial e a consolidação da plataforma em Portugal, permitiu alcançar um novo posicionamento ao internacionalizar a sua plataforma para mercados como a França (Réclame Ici), Espanha (Libro de Quejas), África do Sul (Complaints Book) e Reino Unido, através do lançamento da sua marca global: Consumers Trust.
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