Quais são as 10 autarquias do país com o maior número de queixas dos munícipes?
Com as eleições autárquicas à porta, o Portal da Queixa realizou um novo estudo para apurar quais as Câmaras Municipais que mais reclamações receberam durante o último mandato (2017 – 2021) e que motivos mais inquietaram os portugueses. A análise – que incidiu nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto – revela que Lisboa, Porto, Sintra, Oeiras, Vila Nova de Gaia, Loures, Seixal, Cascais, Almada e Matosinhos são os 10 concelhos com o maior número de queixas. Ambiente, Infraestruturas, Licenciamento e Serviços são os principais motivos de reclamação e de insatisfação dos munícipes. As queixas contra as câmaras aumentaram 345% face ao mandato anterior, conclui o estudo.
Entre o dia 1 de outubro de 2017 e o dia 31 de agosto de 2021, o Portal da Queixa recebeu um total de 5457 queixas dirigidas às autarquias das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, um aumento de 345% em comparação com o período homólogo, o quadriénio 2013-2017. De 1 de outubro de 2013 até 31 de agosto de 2017, foram registadas na maior rede social de consumidores de Portugal apenas 1227 reclamações.
O estudo, que teve como incidência os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e da Área Metropolitana do Porto (AMP), permitiu concluir que, nos dez primeiros lugares estão sete municípios da AML e três da AMP.
Neste TOP 10 das autarquias que registaram um maior número de reclamações, durante o mantado que agora termina, figuram: Lisboa (1543), Porto (414), Sintra (386), Oeiras (348), Vila Nova de Gaia (272), Loures (260), Seixal (250), Cascais (213), Almada (199) e Matosinhos (188).
De acordo com a análise do Portal da Queixa, o maior volume de reclamações é um resultado que está relacionado com o facto de estas entidades autárquicas pertencerem às zonas mais urbanizadas do País e que apresentam uma maior densidade populacional.
Na AML, os municípios do Montijo (43), Alcochete (36) e Mafra (19) são os que menos reclamações têm registadas no Portal da Queixa no último quadriénio. Relativamente à AMP, os municípios que registaram menos queixas por parte dos seus munícipes foram: São João da Madeira (8), Vale de Cambra (7) e Arouca e Trofa (os dois com 3 queixas).
Na AMP, o estudo constata a existência de três Câmaras Municipais que, ao longo do quadriénio relativo ao mandato anterior (2013-2017), não receberam qualquer reclamação. Cenário que se alterou no mandato atual. São as autarquias de Paredes, de São João da Madeira e da Trofa.
De que reclamaram os munícipes?
De acordo com o estudo do Portal da Queixa, os principais motivos de reclamação dos munícipes estão relacionados (38%) com o Ambiente (manutenção e cuidado de espaços verdes, recolha do lixo, limpeza de espaços públicos, pragas, etc.); 30% refere-se a problemas com Infraestruturas (obras públicas, reparações, iluminação das ruas, problemas de sinalização, etc.); 19% das reclamações está relacionada com Licenciamentos (licenças camarárias, fiscalizações, multas, problemas de estacionamento, queixas de ruído, etc.).
Serviços (problemas com serviços dos municípios, falta de resposta, mau atendimento, etc.); Segurança (segurança rodoviária, sinalização, acidentes, etc.); Habitação (problemas com habitação particular, concursos públicos de habitação, etc.); e Saúde Pública (queixas para problemas de segurança e saúde pública) são outros dos motivos das reclamações dirigidas às autarquias das AML e AMP.
No que se refere à performance das entidades autárquicas – na resolução das reclamações reportadas pelos seus munícipes —, o estudo revela que, a autarquia com a melhor pontuação no Portal da Queixa é a Câmara Municipal de Lisboa, ao apresentar um Índice de Satisfação de 77,3 em 100, parâmetro este que indica o cuidado da autarquia lisboeta em prestar um bom serviço de apoio aos seus munícipes.
Analisando a Taxa de Resposta aos munícipes, destacam-se com 100% apenas quatro autarquias: Lisboa, Sesimbra, Loures e Vila Nova de Gaia.
Outras conclusões do estudo:
- as reclamações efetuadas no Portal da Queixa, entre 2017 e 2021, aumentam em função do grau de urbanização e do poder de compra do concelho, tal como em função do nível de instrução dos seus habitantes. Ou seja, aumentam em função do grau de desenvolvimento das populações;
- as reclamações diminuem nos concelhos onde a percentagem de população sem o ensino secundário é maior. Ou seja, diminuem nos concelhos onde há menos instrução;
- as reclamações aumentam nos concelhos onde há mais população residente: mais natalidade (mais frequente nas zonas mais urbanas); o poder de compre é maior; a densidade populacional é maior (zonas mais urbanizadas); e a população empregada no setor ternário é maior;
- o maior número de reclamações situa-se entre os 35-44 anos (26%), seguido dos 45-54 (24,8%) e dos 55-64 (20,4%). Em conjunto, estas faixas etárias, representam 71,2% das reclamações;
- 56,5% das reclamações são realizadas por homens e 43,5% por mulheres.
“Este estudo revela a existência de uma correlação positiva entre a variável em estudo (reclamações) com a caracterização sociodemográfica dos próprios concelhos analisados, evidenciando-se ainda que, a reclamação do consumidor/munícipe realça, de forma muito clara, uma atitude moderna, de maturidade civilizacional e de consciência cívica, atestando o impacto social da nossa plataforma num ecossistema do consumo justo e equilibrado e na literacia digital no seio da sociedade portuguesa.”, sublinha Pedro Lourenço, CEO & Founder do Portal da Queixa by Consumers Trust.
Área Metropolitana de Lisboa:
Área Metropolitana |
Município |
Índice Satisfação |
Taxa de Solução |
Taxa de Resposta |
Nº Reclamações 2017 a 2021 |
Nº Reclamações 2013 a 2017 |
Variação |
||
Lisboa |
Lisboa |
77,3 |
69,00% |
100,00% |
1543 |
204 |
656% |
||
Lisboa |
Sesimbra |
59,9 |
39,30% |
100,00% |
136 |
22 |
518% |
||
Lisboa |
Loures |
58,7 |
32,80% |
100,00% |
260 |
28 |
829% |
||
Lisboa |
Alcochete |
46,8 |
37,50% |
54,50% |
36 |
12 |
200% |
||
Lisboa |
Moita |
29,9 |
33,30% |
29,40% |
55 |
17 |
224% |
||
Lisboa |
Barreiro |
29,2 |
30,80% |
29,60% |
127 |
52 |
144% |
||
Lisboa |
Mafra |
26,2 |
16,70% |
14,30% |
19 |
1 |
1800% |
||
Lisboa |
Setúbal |
22,8 |
16,70% |
57,10% |
100 |
24 |
317% |
||
Lisboa |
Amadora |
22,6 |
22,00% |
18,80% |
160 |
50 |
220% |
||
Lisboa |
Cascais |
17,4 |
18,20% |
16,40% |
213 |
42 |
407% |
||
Lisboa |
Vila Franca de Xira |
16,7 |
20,00% |
18,80% |
79 |
17 |
365% |
||
Lisboa |
Seixal |
16,1 |
15,20% |
14,30% |
250 |
104 |
140% |
||
Lisboa |
Oeiras |
15,35 |
15,50% |
14,90% |
348 |
54 |
544% |
||
Lisboa |
Sintra |
15,2 |
10,50% |
9,70% |
386 |
122 |
216% |
||
Lisboa |
Almada |
10 |
8,50% |
6,50% |
199 |
52 |
283% |
||
Lisboa |
Odivelas |
8,5 |
8,30% |
6,70% |
108 |
23 |
370% |
||
Lisboa |
Palmela |
7,7 |
7,70% |
6,70% |
75 |
4 |
1775% |
||
Lisboa |
Montijo |
0 |
0,00% |
0,00% |
43 |
14 |
207% |
||
Área Metropolitana do Porto:
Área Metropolitana |
Município |
Índice Satisfação |
Taxa de Solução |
Taxa de Resposta |
Nº Reclamações 2017 a 2021 |
Nº Reclamações 2013 a 2017 |
Variação |
Porto |
Espinho |
54,5 |
50,00% |
85,00% |
18 |
1 |
1700% |
Porto |
Valongo |
53,4 |
32,10% |
96,90% |
107 |
34 |
215% |
Porto |
Vila Nova de Gaia |
50,2 |
17,50% |
100,00% |
272 |
98 |
178% |
Porto |
Oliveira de Azeméis |
37,2 |
27,30% |
42,90% |
13 |
1 |
1200% |
Porto |
Santo Tirso |
32,6 |
33,30% |
42,90% |
18 |
1 |
1700% |
Porto |
Paredes |
27,8 |
13,30% |
60,00% |
15 |
0 |
|
Porto |
Maia |
19,7 |
15,80% |
12,00% |
99 |
33 |
200% |
Porto |
Vale de Cambra |
18,8 |
12,50% |
25,00% |
7 |
1 |
600% |
Porto |
Matosinhos |
18,8 |
13,30% |
13,30% |
188 |
69 |
172% |
Porto |
Porto |
18,7 |
18,50% |
18,20% |
414 |
126 |
229% |
Porto |
Póvoa de Varzim |
17,4 |
3,40% |
3,40% |
25 |
4 |
525% |
Porto |
Santa Maria da Feira |
10 |
12,50% |
11,10% |
30 |
4 |
650% |
Porto |
Vila do Conde |
9,7 |
5,30% |
5,30% |
14 |
4 |
250% |
Porto |
Gondomar |
8,9 |
10,80% |
10,00% |
86 |
8 |
975% |
Porto |
São João da Madeira |
0 |
0,00% |
0,00% |
8 |
0 |
|
Porto |
Trofa |
N/A |
0,00% |
0,00% |
3 |
0 |
|
Porto |
Arouca |
N/A |
N/A |
N/A |
3 |
1 |
200% |
Sobre o Portal da Queixa:
O Portal da Queixa é visitado por mais de 3 milhões de consumidores por mês e recebe uma média mensal de 15.000 reclamações. Tem mais de 700.000 utilizadores registados e 9.000 marcas estão presentes na plataforma.
A maioria das pessoas procura a plataforma para comunicar diretamente com outros consumidores, marcas e entidades públicas, bem como, para compararem marcas com base no Índice de Satisfação. Mais de 90% dos visitantes do Portal da Queixa, não efetua uma reclamação, pesquisa informações sobre uma marca ou serviço antes de proceder à decisão da compra final.
O crescimento exponencial e a consolidação do Portal da Queixa como um dos principais influenciadores nacionais em matéria de consumo, permitiu alcançar um novo posicionamento ao internacionalizar a sua plataforma para mercados com Espanha (Libro de Quejas), França (RéclameICI) e África do Sul (Complaints Book), através do lançamento da sua rede global: a Consumers Trust.
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