Taxa de esforço sobe no arrendamento – mas desce para compra de casa
- Comprar casa em Portugal exige 70% dos rendimentos
- Taxa de esforço para comprar desce 8 p.p. em Lisboa e 10 p.p. no Porto
- Em apenas cinco capitais de distrito é possível comprar casa com uma taxa de esforço igual ou inferior à recomendada, de 33%
- Já no arrendamento, a taxa de esforço em Portugal é de 83%
- Viana do Castelo dispara esforço para arrendar casa: sobe 10 p.p. num ano – a maior subida
- Portalegre, Bragança e Beja são as únicas cidades com taxa de esforço no arrendamento igual ou inferior à recomendada
29 de janeiro de 2025.- O esforço financeiro exigido para arrendar uma casa em Portugal aumentou para 83% no final de 2024, dois pontos percentuais acima dos 81% registados no mesmo período de 2023. Já na compra de habitação, a tendência foi inversa: a taxa de esforço nacional caiu de 72% para 70% em dezembro do ano passado. A conclusão é do idealista, que analisou a evolução das taxas de esforço entre o quarto trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024, tanto no mercado de compra como no de arrendamento.
Taxa de esforço no arrendamento
Das 20 cidades analisadas, foi em Viana do Castelo onde a taxa de esforço para arrendar uma casa mais aumentou no último ano, passando de 47% no quarto trimestre de 2023 para 57% no mesmo período de 2024, aumentando 10 p.p. Entre os maiores aumentos das taxas de esforço para arrendar casa no último ano está ainda Ponta Delgada (8 p.p.), Lisboa (4 p.p.), Setúbal (3 p.p.), Braga (2 p.p.), Coimbra (2 p.p.), Funchal (2 p.p.), Viseu (2 p.p.) e Aveiro (1 p.p.). Na Guarda, Leiria e Porto a taxa de esforço não variou durante este período.
Por outro lado, a taxa de esforço diminuiu em Faro (-11 p.p.), Beja (-10 p.p.), Évora (-7 p.p.), Bragança (-6 p.p.), Portalegre (-2 p.p.), Castelo Branco (-2 p.p.), Santarém (-1 p.p.) e Vila Real (-1 p.p.).
Lisboa e Funchal são as cidades que requerem o maior esforço por parte das famílias para arrendar uma casa, sendo necessário destinar 91% dos seus rendimentos. Segue-se o Porto (76%), Faro (76%), Setúbal (65%), Aveiro (59%), Ponta Delgada (58%), Viana do Castelo (57%), Braga (56%), Évora (56%), Santarém (50%), Leiria (48%), Viseu (46%), Coimbra (44%) e Vila Real (40%).
Já as cidades onde as rendas da casa pesam menos nos rendimentos familiares são Portalegre (31%), Bragança (32%), Beja (33%), Castelo Branco (34%) e Guarda (35%). De referir que todas as capitais de distrito, com a exceção de Portalegre, Bragança e Beja, apresentaram taxas de esforço superiores ao recomendado, de 33%.
Taxa de esforço para comprar
A percentagem de rendimentos que as famílias devem destinar para comprar uma casa, aumentou em seis capitais de distrito das 20 analisadas. Foi em Portalegre onde a taxa de esforço mais aumentou, passando de 18% a 22%, originando um aumento de 4 p.p. Seguem-se os aumentos da taxa de esforço em Setúbal (3 p.p.), Vila Real (3 p.p.), Santarém (1 p.p.), Ponta Delgada (1 p.p.) e Bragança (1 p.p.). Já na Guarda e Viseu, a taxa de esforço não variou durante este período. Por outro lado, a taxa de esforço diminuiu no Funchal (-13 p.p.), Porto (-10 p.p.), Viana do Castelo (-8 p.p.), Faro (-8 p.p.), Lisboa (-8 p.p.), Évora (-7 p.p.), Braga (-6 p.p.), Leiria (-6 p.p.), Castelo Branco (-3 p.p.), Aveiro (-3 p.p.), Coimbra (-2 p.p.) e Beja (-2 p.p.).
No quarto trimestre do ano, as cidades com a maior taxa de esforço para comprar casa foram Funchal (102%) e Faro (101%), seguidas por Lisboa (95%), Porto (73%), Aveiro (69%), Ponta Delgada (63%), Viana do Castelo (57%), Braga (56%), Leiria (53%), Viseu (50%), Setúbal (50%), Coimbra (47%), Évora (45%), Vila Real (39%) e Santarém (35%).
Verifica-se ainda que há cinco capitais de distrito onde é possível comprar casa com uma taxa de esforço inferior à recomendada de 33% (em que a prestação da casa pesa menos de um terço do rendimento disponível da família): Guarda (17%), Castelo Branco (19%), Portalegre (22%), Beja (22%) e Bragança (32%).
Metodologia
A taxa de esforço é um indicador que mede o impacto do custo da habitação no poder de compra do agregado familiar. No caso do arrendamento, calcula-se a taxa de esforço como a percentagem anual do rendimento líquido médio do agregado familiar destinada ao pagamento do arrendamento de uma casa. Os valores de arrendamento são obtidos diretamente da fonte de dados do idealista, que disponibiliza preços para cada cidade. Por sua vez, os dados do rendimento líquido familiar são fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No caso da compra de habitação, a taxa de esforço é calculada como a percentagem anual do rendimento líquido do agregado familiar destinada ao pagamento de um crédito habitação que segue características médias em termos de duração e taxa de juro. Recentemente, devido à descida nas taxas de juro, procedeu-se a uma atualização do cálculo com base nos dados publicados pelo Banco Central Europeu (BCE).
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