Justiça e Administração Pública: as reformas estruturais mais prioritárias em Portugal para mais de metade dos inquiridos
- 66% dos gestores já sentiu escassez de mão de obra qualificada para recrutamento nas suas empresas, dado o aumento do número de jovens licenciados que optam por emigrar.
- 36% dos inquiridos perspetiva que o desempenho da economia nacional no ano de 2024, será pior que o ano anterior.
- 74% dos empresários afirma ter cumprido ou ultrapassado o orçamento relativamente aos objetivos delineados para 2023.
- O Barómetro KAIZEN™ inquiriu mais de 220 gestores de médias e grandes empresas que atuam no mercado português e que no seu conjunto representam mais de 35% do PIB nacional.
Porto, 23 de abril – Estamos inseridos num mundo desafiador que ficou marcado por crises como a pandemia global, que impactou a economia e gerou questões de segurança sanitária e volatilidade dos mercados. As empresas têm vindo a lidar com desafios interligados, incluindo a transição para uma economia verde e outras pressões sociais como desigualdades e equidade de género. A tudo isto acresce a urgência da crise climática que tem vindo a solicitar respostas rápidas, enquanto a digitalização e a inovação constantes são cruciais para a competitividade empresarial neste cenário de transformação acelerada. Apesar deste cenário dinâmico, a confiança dos gestores na economia nacional parece estar a melhorar desde a última edição tendo registado uma subida para 12,19 face à última edição realizada em outubro de 2023 (10,62).
Nos diferentes constrangimentos aos quais as empresas têm sido sujeitas, as guerras e tensões geopolíticas ganham a corrida das maiores ameaças para a economia nacional de acordo com 86% dos inquiridos. Além disso, a atração e retenção de talento (78%) e a transformação tecnológica (57%) são os principais desafios que as empresas assumem que enfrentarão a curto-médio prazo. Ainda no contexto do tema do talento, 66% dos empresários reconhecem já ter enfrentado escassez de mão de obra qualificada devido à emigração de jovens licenciados.
Neste Barómetro, foram também abordados temas relacionados com o contexto económico e político nacional. De acordo com a perspetiva de 63% dos gestores, o ano de 2024 será igual ou melhor que o anterior. Contudo, 78% dos inquiridos parecem concordar com as previsões do Banco de Portugal, acreditando que a economia nacional crescerá 2%.
No âmbito político e tendo em conta os mais recentes resultados eleitorais, uma das medidas propostas pela AD incidiu na redução do IRC. Quando questionados sobre qual a melhor forma de utilizar este valor nas suas empresas, 61% dos inquiridos afirma que investiria em equipamentos ou tecnologia enquanto 34% optaria por aumentar salários. Relativamente às reformas estruturais mais prioritárias em Portugal, a Justiça e a Administração Pública, recolhem o consenso com 82% e 62% dos votos, respetivamente.
No que diz respeito ao Plano de Recuperação e Resiliência e apesar da sua importância para impulsionar a recuperação económica e promover a resiliência do país, metade dos inquiridos confirma que não está a fazer investimentos no âmbito do PRR.
O foco na Sustentabilidade e a Revolução Digital
A transformação digital tem sido, nas últimas décadas, o mote das empresas. Contudo, este conceito e as suas diferentes aplicações podem variar dependendo do setor. A única constante é que a transformação digital visa beneficiar de ferramentas tecnológicas para melhorar ou criar novos processos, que proporcionem operações mais eficientes, melhores experiências ao cliente e serviços mais eficientes. Num ambiente global competitivo, não acompanhar a transformação pode significar a perda de oportunidades de negócio para a concorrência. Ainda assim, mais de metade dos inquiridos (53%) admite que as suas organizações ainda estão nas fases iniciais de exploração do potencial das tecnologias de IA. Por outro lado, apenas 7% afirma que as tecnologias de IA estão já integradas nos processos e operações core das suas organizações.
No âmbito da sustentabilidade, que adquire uma relevância fundamental nas operações empresariais, 66% dos empresários reconhecem que é essencial concentrar esforços na promoção da eficiência energética e na adoção de fontes de energia renovável. Esta priorização reflete um compromisso robusto com a redução da pegada de carbono e a transição para um paradigma energético mais sustentável.
Aumento da produtividade, melhoria da força de vendas e da customer journey e aposta na tecnologia e inteligência artificial: os principais vetores para garantir o crescimento das empresas
Para cumprir e garantir a continuidade da trajetória de crescimento em 2024, os inquiridos afirmam que as suas maiores apostas serão no aumento de produtividade (72%), melhoria da força de vendas e da customer journey (48%) e, por fim, na Tecnologia e Inteligência Artificial (45%).
Os resultados apresentados ressoam com a necessidade contínua de melhoria dos processos e eficácia operacional, dois eixos cruciais para manter a competitividade num mercado dinâmico. Além disso, a melhoria da força de vendas e da customer experience, reflete o reconhecimento da importância de ter uma abordagem centrada no cliente e a excelência no serviço como diferenciais estratégicos. Na procura pela excelência operacional, a IA emergiu como uma força transformadora. A sua integração nos processos operacionais não é apenas uma melhoria, mas um passo revolucionário na forma como as empresas operam e evoluem. À medida que a tecnologia avança, espera-se que mais organizações adotem estas soluções para se manterem competitivas e alcançarem os seus objetivos estratégicos.
“No ambiente empresarial competitivo, incerto e em constante evolução em que vivemos, é de suma importância que as empresas atuem estrategicamente, investindo no aumento da produtividade das suas operações, na capacitação e melhoria contínua da sua força de vendas, bem como na adoção e integração eficaz de soluções de transformação digital. Estas iniciativas não apenas impulsionam a eficiência e a eficácia dos processos internos, como também fortalecem a capacidade da empresa para satisfazer a procura do mercado atual, permitindo assim um crescimento sustentável e um posicionamento competitivo sólido no cenário empresarial.”, realça António Costa, CEO do Kaizen Institute.
O Barómetro Kaizen é um estudo de opinião desenvolvido semestralmente pelo Kaizen Institute em Portugal junto de administradores e gestores de médias e grandes empresas que atuam no mercado português sobre a sua perspetiva quanto a temas de atualidade, à evolução da economia e do seu negócio.
A edição de abril do Barómetro Kaizen inquiriu mais de 220 gestores de empresas que representam, no seu conjunto, mais de 35% do PIB de Portugal.
SOBRE O KAIZEN INSTITUTE
O Kaizen Institute Consulting Group é uma empresa multinacional que fornece serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e instituições públicas em mais de 35 países. A empresa atua em diferentes setores de atividade, suportando as organizações e desafiando os líderes a melhorarem a sua rentabilidade e a fazerem crescer o seu volume de negócios. Fundado em 1985, na Suíça, está em Portugal, com escritórios no Porto e em Lisboa, desde 1999.
Contacto
Inês de Sá
Kaizen Institute Western Europe
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