António Costa: «Temos de trabalhar para uma relação transatlântica mais forte»

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O Parlamento debateu as conclusões da cimeira da UE de dezembro, sobre a Ucrânia, as relações UE-EUA e o papel da UE a nível mundial, com os presidentes António Costa e Ursula von der Leyen.

No primeiro debate em sessão plenária enquanto presidente do Conselho Europeu, António Costa afirmou que os Chefes de Estado e de Governo da UE se comprometeram a «reforçar a posição da Ucrânia em todos os cenários. A paz deve ser a paz escolhida pela Ucrânia e pelos ucranianos. Em nome da segurança da Ucrânia. Em prol da segurança da Europa.» António Costa reafirmou o apoio da UE à Ucrânia «durante o tempo que for necessário, e com o que for preciso, para uma paz abrangente, justa e duradoura».

Os dirigentes da UE estão plenamente empenhados no alargamento, que consideram ser o «maior investimento geopolítico para a paz e a segurança». No que respeita às relações transatlânticas, António Costa afirmou que aguardava com expectativa a oportunidade de trabalhar com a nova administração dos EUA para garantir uma cooperação económica justa, "protegendo, ao mesmo tempo naturalmente, os nossos interesses. Uma relação comercial estável, equilibrada e previsível é do interesse tanto da UE como dos EUA», afirmou.

A UE precisa de reforçar as suas relações bilaterais com países terceiros para combater a ação climática, o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza, afirmou o presidente do Conselho Europeu. «É um mundo multipolar que exige abordagens adaptadas», afirmou António Costa, acrescentando que desenvolverá relações com a África do Sul, a Ásia Central, o Brasil, o Japão e a Índia para enfrentar estes desafios.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, salientou a necessidade de a Europa mudar para adaptar-se a uma nova era de forte concorrência geoestratégica. Anunciou a apresentação, na próxima semana, da nova «Bússula para a Competitividade» da UE, que terá como objetivos a redução do fosso em matéria de inovação em relação aos concorrentes da Europa, a promoção da descarbonização e da competitividade e o reforço da resiliência económica e da segurança.

Sobre as relações transatlânticas, Ursula von der Leyen afirmou que a UE estará pronta para negociar com os EUA, mantendo-se fiel aos princípios europeus.

Reações dos eurodeputados
Os eurodeputados congratularam-se com o cessar-fogo em Gaza e com a libertação de reféns, tendo alguns apelado a uma solução assente na coexistência de dois Estados. Além disso, vários membros salientaram a importância de abordar a questão da migração ilegal, em particular na abordagem desta questão fora da UE.

Sobre as relações da UE com os EUA, os oradores advertiram que a Europa é agora um alvo sob a administração Trump, enquanto outros saudaram a nova liderança dos EUA. Vários deputados manifestaram preocupação com o facto de a democracia europeia estar ameaçada por forças externas, enquanto outros defenderam as políticas ambientais da UE à luz da retirada dos EUA do Acordo de Paris.

 

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