Eurobarómetro: Guerra na Ucrânia faz aumentar apoio à UE

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65% dos europeus consideram a adesão à UE uma coisa boa, o resultado mais alto desde 2007.
As sanções económicas da UE contra a Rússia são apoiadas por 80% dos europeus
59% dos europeus dizem que a defesa da liberdade e da democracia deve ser prioridade
Perante a guerra na Ucrânia, 61% dos europeus não estão confiantes de que a sua vida se manterá inalterada.
A Rússia é vista positivamente apenas por 10% dos inquiridos


A guerra da Rússia contra a Ucrânia fortaleceu o apoio público à UE, segundo resultados do mais recente Eurobarómetro da Primavera do PE.
 
Os resultados do novo Eurobarómetro de Primavera do Parlamento Europeu (PE) mostram que a guerra da Rússia contra a Ucrânia fortaleceu o apoio público à UE. Quase dois terços (65%) dos europeus consideram a adesão à UE uma coisa boa. Este é o resultado mais alto desde 2007. A adesão à UE é vista como “uma coisa boa” pela maioria dos cidadãos em todos os países, exceto na Grécia e na Eslováquia, onde mais inquiridos a consideram “nem boa nem má”. Em comparação com o último inquérito Parlómetro do PE realizado no final de 2021, os resultados subiram significativamente na maioria dos países, especialmente na Lituânia (+20 pp), Malta (+12 pp) e Estónia (+9 pp). Em Portugal o valor mantém-se elevado com uma subida de 3 pontos para os 80%.

52% dos europeus têm uma imagem positiva da UE, contra apenas 12% negativa. Este resultado representa um aumento de 3 pontos para uma imagem positiva desde novembro-dezembro de 2021 e é o melhor resultado medido pelos inquéritos do Parlamento Europeu desde 2007. Os resultados nacionais para uma imagem positiva da UE variam entre 76% na Irlanda e 32% na Grécia.

57% dos portugueses têm uma imagem positiva - um aumento de 10 pontos percentuais face aos resultados de outono.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, disse sobre os resultados do inquérito: “Com o regresso da guerra ao nosso continente, os europeus sentem-se mais tranquilos por fazerem parte da União Europeia. Os cidadãos europeus estão profundamente apegados à liberdade, estão prontos para defender os nossos valores e apercebem-se cada vez mais que a democracia já não é algo garantido. O apoio retumbante às sanções mostra que os europeus estão dispostos a pagar um preço pela democracia”.”

Os acontecimentos recentes condicionaram também a imagem que os europeus têm de outros atores internacionais. A Rússia é agora vista positivamente apenas por 10% dos entrevistados europeus, abaixo dos 30% em 2018, ano em que esta pergunta foi feita pela última vez. Em Portugal, apenas 2% têm uma imagem positiva e 92% dos portugueses têm uma imagem negativa. A China ocupa a segunda posição mais baixa com 22% (-14 pp). Em contrapartida, os europeus têm uma imagem mais positiva do Reino Unido (65%, +1 pp) seguido dos EUA com 58% (+13 pp).

A maioria dos cidadãos (61%) antecipa alterações na sua vida no seguimento da guerra na Ucrânia. Apenas cerca de um terço dos entrevistados (37%) acredita que a sua vida se manterá inalterada. Um inquérito publicado recentemente pela Comissão Europeia mostra que oito em cada dez entrevistados (80%) concordam com a imposição de sanções económicas ao governo russo, bem como a empresas e indivíduos russos. Em 22 Estados-Membros a maioria dos cidadãos está satisfeita com a resposta da UE à invasão russa da Ucrânia.

Quatro em cada dez europeus indicam que já sentem um impacto no seu padrão de vida. Num sinal claro de resiliência e unidade europeias, 59% dos europeus consideram prioritária a defesa de valores europeus comuns, como a liberdade e a democracia – mesmo que isso afete os preços e o custo de vida. Em Portugal, o valor situa-se nos 49%, ao passo que 45% consideram prioritário manter o nível de vida.

As crescentes preocupações económicas também se refletem nas prioridades políticas em que os cidadãos querem que o Parlamento Europeu se concentre: a luta contra a pobreza e a exclusão social é mencionada em primeiro lugar (38% dos europeus e 66% dos portugueses), seguida pela saúde pública (35% dos europeus, uma diminuição significativa de 7 pontos percentuais nos últimos seis meses; e 53% em Portugal). Em terceiro lugar, a nível europeu, surge a democracia e estado de direito (32%), que teve um aumento significativo de 7 pp. Por outro lado, em Portugal, a terceira prioridade é a economia e emprego (52%)

A perceção da guerra e o que esta significa para a União Europeia torna-se também visível nos valores fundamentais que os cidadãos querem que o Parlamento Europeu defenda prioritariamente: a democracia volta a liderar a lista, com um aumento de seis pontos em relação ao outono 2021 (38%, +6pp.). A liberdade de expressão e pensamento bem como a proteção dos direitos humanos na UE e em todo o mundo, surgem em seguida, ambos com 27%. Este último é considerado como o valor prioritário para a maioria dos portugueses (42%).
 
Contexto
O Eurobarómetro de Primavera de 2022 do Parlamento Europeu foi realizado entre 19 de abril e 16 de maio de 2022 a 26.578 inquiridos nos 27 Estados-Membros da UE. O questionário foi aplicado presencialmente e completada com entrevistas online, quando necessário. Os resultados da UE foram ponderados de acordo com o tamanho da população em cada país.
O relatório completo e os resultados estão disponíveis aqui: https://europa.eu/eurobarometer/surveys/detail/2792
 
Para saber mais
 
Declaração da Presidente do PE Roberta Metsola
Infografias
Pacote multimédia

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