Fim das Moratórias: Consumidores queixam-se da falta de informação, propostas e resposta dos bancos

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A partir de hoje (dia 1 de outubro), milhares de famílias e empresas terão de retomar o pagamento das prestações dos empréstimos, designadamente créditos habitação, podendo muitos não ter capacidade para o fazer. A maioria das moratórias dos créditos bancários terminou no final de setembro. Ao longo dos 18 meses em que vigorou esta medida inédita, chegaram ao Portal da Queixa mais de 200 reclamações relacionadas com o tema. Santander, Caixa Geral de Depósitos e Millennium BCP são as entidades bancárias com o maior volume de queixas. 

 

O decreto-lei do Governo, que saiu em agosto, diz que os bancos devem ser diligentes na sinalização de clientes em dificuldades e apresentem melhorias das condições contratuais nos créditos de clientes que beneficiaram das moratórias públicas, facilitando o seu pagamento. Nos casos em que fossem previsíveis dificuldades, os bancos tinham até meio de setembro, para apresentar-lhes propostas de solução. Porém, são muitos os consumidores que dizem não ter recebido qualquer contacto ou proposta por parte da instituição bancária e outros queixam-se da falta de informação ou então ausência de resposta. 

 

Entre o dia 27 de março de 2020 e o dia 30 de setembro de 2021, os consumidores - entre eles particulares e empresas -, registaram no Portal da Queixa 215 reclamações relacionadas com as moratórias. 

 

Segundo revela a análise da maior rede social de consumidores de Portugal, as entidades bancárias com maior volume de reclamações recebido, ao longo dos 18 meses em que a medida vigorou, foram: Santander (62); Caixa Geral de Depósitos (60); Millennium BCP (33); ActivoBank (19); BPI (16); Novo Banco (11); Banco Primus (4); Montepio (3); Banco de Portugal (2); Bankinter (2); Caixa de Crédito Agrícola (2); Banco CTT (1). 


Caso reportado no Portal da Queixa

Jorge Vitorino, foi um dos consumidores que denunciou a ausência de resposta:

No dia 30 de agosto, fomos abordados por email relativo ao fim das moratórias por parte do Balcão (BPI) de Almada, ao qual respondi que, devido à pandemia, iria necessitar de ajuda de forma a não correr o risco de entrar em incumprimento e necessitava de baixar a taxa de esforço. Desde então não obtive mais nenhuma resposta por parte do banco, e segundo a comunicação social o mesmo já deveria ter apresentado proposta até dia 15 deste mês de Setembro.
- No mesmo email a pessoa do balcão informou relativo ao valor novo do crédito em que questionei se o mesmo estaria certo ao qual me foi respondido que havia um problema no simulador, mas também, não obtive um valor correto, foi uma de largar a bomba e fugir e o cliente que se lixe. 
- Desde então aos emails não obtenho resposta, por telefone não atendem, tudo isto de um balcão em que tenho uma mensagem enviada através da BPI APP á espera de resposta desde dia 22-04-2021 e outra de dia 07-09-2021 - tivesse eu mais ativos que passivos que a conversa seria outra.
Na primeira oportunidade que tenha é transferir o crédito habitação e encerrar conta
.”, reportou o consumidor na reclamação registada no Portal da Queixa.

 

De referir que, de acordo com os últimos dados disponíveis, havia 381,4 mil empréstimos abrangidos por moratórias no valor total de 36,8 mil milhões de euros. Desse valor, 14,2 mil milhões de euros eram de empréstimos a particulares (dos quais 12,9 mil milhões de euros correspondiam a empréstimos à habitação) e 21,8 mil milhões de euros de créditos de empresas.

Serão a maior parte dessas moratórias que terminaram [30 de setembro de 2021], havendo uma parte pequena que ainda pode continuar. Clientes que tenham aderido à moratória até 31 de março de 2021 têm até 31 de dezembro de 2021 (se por outro motivo não a prorrogaram).

 

 

Sobre o Portal da Queixa:

O Portal da Queixa é visitado por mais de 4 milhões de consumidores por mês e recebe uma média mensal de 15.000 reclamações. Tem mais de 700.000 utilizadores registados e 9.000 marcas estão presentes na plataforma.

A maioria das pessoas procura a plataforma para comunicar diretamente com outros consumidores, marcas e entidades públicas, bem como, para compararem marcas com base no Índice de Satisfação. Mais de 90% dos visitantes do Portal da Queixa, não efetua uma reclamação, pesquisa informações sobre uma marca ou serviço antes de proceder à decisão da compra final. 

O crescimento exponencial e a consolidação do Portal da Queixa como um dos principais influenciadores nacionais em matéria de consumo, permitiu alcançar um novo posicionamento ao internacionalizar a sua plataforma para mercados com Espanha (Libro de Quejas), França (RéclameICI) e África do Sul (Complaints Book), através do lançamento da sua rede global: a  Consumers Trust

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