Reclamações dos munícipes contra autarquias aumentam 21%

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Estão a aumentar as reclamações dos munícipes dirigidas às autarquias do país. Este ano, o Portal da Queixa já recebeu mais de 1.500 reclamações, uma subida de 21%, face ao mesmo período de 2022. As câmaras municipais de Lisboa, Almada, Loures, Vila Nova de Gaia e Porto são as mais visadas. Os munícipes queixam-se de problemas relacionados com Falta de Limpeza, Obras, Iluminação Pública, Ruído e Estacionamento.

 

Estão os munícipes portugueses a queixar-se mais ou menos? Quais são as autarquias do país que mais reclamações recebem? Quais as principais queixas dos cidadãos? Qual o nível de performance de resolução das autarquias? As questões motivaram um estudo do Portal da Queixa que identificou uma subida do número de reclamações dirigidas às câmaras municipais. 

Entre janeiro e agosto deste ano, já foram registadas no Portal da Queixa 1.528 reclamações contra as autarquias do país, um crescimento na ordem dos 21%, em comparação com o período homólogo de 2022, onde se verificaram 1.261queixas. 

 

As mais reclamadas em 2023

De acordo com a análise, figuram na lista das cinco autarquias mais reclamadas de 2023: a Câmara Municipal de Lisboa com um volume de reclamações de 23.6%, uma subida de 25% face a 2022. Segue-se a Câmara Municipal de Almada a acolher 12.8% das queixas, um aumento de 14% em relação ao ano passado. Em terceiro, a absorver 5.2% das ocorrências, a Câmara Municipal de Loures que assiste a um crescimento de mais de 70% das reclamações este ano. 

A norte do país, em quarto lugar, alvo de 4.3% das queixas geradas durante os primeiros oito meses do ano, está a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, seguida da Câmara Municipal do Porto, que acumula 3.8% das reclamações e, das cinco autarquias, é a que regista a subida mais acentuada face a 2022, mais 107%

Relativamente à performance das autarquias no que se refere à resposta e resolução dos problemas reportados, com os três melhores Índices de Satisfação estão: a Câmara Municipal da Nazaré, com uma pontuação atribuída pelos consumidores de 90.8 em 100; a Câmara de Sesimbra (89.6/100) e a Câmara de Lagos (73.8/100).

Segundo revela uma análise específica às autarquias por distrito, no topo da tabela continua a posicionar-se a Câmara Municipal de Lisboa ao recolher 63% das queixas geradas este ano; segue-se a Câmara Municipal do Porto (10.1%); a autarquia de Braga (3.1%), a autarquia de Coimbra (3%) e a Câmara Municipal de Faro (2.8%), mas a única que regista uma descida do número de reclamações face a 2022 (-20%).

No que se refere ao volume de reclamações mensal ao longo de 2023, nos primeiros semestre, cada mês gerou perto de 200 queixas, sendo que, julho e agosto já ultrapassam as 220 reclamações, com 255 e 221, respetivamente.

 

De que reclamam os munícipes?

Entre os cinco principais motivos de reclamação dos munícipes, em 2023, estão problemas relacionados com a Falta de Limpeza (22%), onde são reportadas queixas sobre falha de recolha de lixo e de limpeza de terrenos, um motivo que cresceu 35%, em relação a 2022.

A gerar 15.8% das reclamações dos munícipes estão as Obras, que englobam demora, danos causados, obras mal executadas e trânsito causado pela intervenção, um tema que sobe 12.9%. 

A motivar 7.2% das ocorrências registadas está a Iluminação Pública, onde são apontados constrangimentos pela falta ou demora nas reparações. O motivo aumentou 10% face ao ano passado. 

O Barulho ocupa uma fatia de 6.3% das queixas, com os munícipes a denunciarem situações de ruído fora do horário legal. O tema cresce 8.5%, em comparação com 2022.

A gerar 5.3% das reclamações estão problemas relacionados com o Estacionamento. São relatos de falta de lugar para estacionar, viaturas estacionadas em lugares indevidos ou multas aplicadas por estacionamento em lugar indevido. O motivo supera em 25% o volume registado em 2022.

Segundo detalha ainda o estudo, a falta de limpeza é a principal reclamação dos munícipes dirigida à Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas (16.7%). Já na autarquia de Rui Moreira (Câmara do Porto), 41.6% das queixas dos portuenses denunciam problemas com a Iluminação Pública. Na autarquia de Faro, as Obras motivam a maior fatia de reclamações dos munícipes (25%).

 

Realidade digital potencia intervenção cívica 

Na opinião de Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, a nova realidade digital veio potenciar uma maior intervenção cívica dos munícipes na identificação de falhas, problemas e melhorias, sendo que, a capacidade de resposta e de resolução das autarquias passa a ser um forte barómetro da satisfação e da confiança dos cidadãos face ao poder local.

“O poder local tem um impacto muito direto na vida dos cidadãos, na medida em que dá resposta, na sua maioria, a necessidades imediatas do seu quotidiano. Por esse motivo, a proximidade e a celeridade na capacidade de resolução de problemas, são os principais indicadores de confiança dos munícipes, relativamente ao executivo camarário. A exigência na prestação de um serviço de qualidade e a intervenção cívica dos munícipes na identificação de falhas, problemas e melhorias, são hoje, considerados atos de cidadania nas cidades do futuro, onde o poder dos partidos políticos perde força e dá lugar à figura de um executivo governativo independente que é escrutinado publicamente, durante todo o seu mandato, em plataformas sociais como o Portal da Queixa.”, afirma Pedro Lourenço, destacando ainda que: “Esta nova realidade digital, exerce uma pressão acrescida ao trabalho desenvolvido pelos candidatos eleitos, obrigando-os a estar atentos ao índice de satisfação dos seus munícipes, sob pena de serem alvo de penalização na sua tentativa de reeleição, na sequência do aumento do poder da opinião pública.”

 

 

Sobre o Portal da Queixa by Consumers Trust: 

Portal da Queixa é uma plataforma global de comunicação entre consumidores e marcas que foi criada em junho de 2009. Hoje, posiciona-se como uma referência nacional em matéria de consumo e o maior marketplace de reputação que permite pesquisar, reclamar e comparar qualquer marca gratuitamenteO crescimento exponencial e a consolidação da plataforma em Portugal, permitiu alcançar um novo posicionamento ao internacionalizar a sua plataforma para mercados como a França (Réclame Ici), Espanha (Libro de Quejas), África do Sul (Complaints Book) e Reino Unido, através do lançamento da sua marca global: Consumers Trust.

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